segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Curso de produção de cervejas especiais em Sorocaba


É isso aí pessoal !!!! Mais uma novidade para quem é de Sorocaba e região, Curso de Cerveja Caseira ministrado pela Confraria Sorocaba. O curso é voltado para os iniciantes que pretendem conhecer o mundo das cervejas especiais e produzir suas próprias cervejas em casa, sim porque não????
Não percam essa oportunidade! As vagas são limitadíssimas!!!!!
Abraço a todos

Segue a ficha de inscrição com os tópicos que serão abordados no curso.
Inscrições: info@cervejario.com | (15) 33270346
Cervejario Beer Store


Ficha de Inscrição 


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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Documentário " The American Brew "

Documentário " The American Brew " dividido em 6 vídeos, retrata fatos sobre cerveja nos EUA. Muito interessante, porém somente para quem entende inglês...

grande cervejeiro - tudo sobre cervejas, nacionais e importadas

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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Cervejaria Nacional abre as portas para o almoço e oferece cervejas especiais como cortesia no próximo sábado 8/10.

Agora aberta de 2ª a 2ª a partir do meio-dia, fábrica-bar oferece menu assinado pelo chef Alexandre Cymes; no dia 8/10, duas receitas inéditas serão servidas como cortesia

Quem pensa que a Cervejaria Nacional oferece apenas bons chopes artesanais engana-se. Para provar que onde se bebe o pão também se come a carne, a casa acaba de lançar um cardápio de almoço, marcando o novo horário de funcionamento. Aberta de segunda a segunda, a Cervejaria passa a oferecer boas opções para a hora do almoço. Outro motivo para visitar a fábrica-bar no horário, a partir de agora o cozimento das cervejas passam a ocorrer durante o funcionamento da casa, à vista dos clientes.

grande cervejeiro - tudo sobre cervejas, nacionais e importadas 

Para comemorar a nova fase, no sábado, 8/10, duas receitas inéditas serão oferecidas como cortesia em copos de 330ml. Edições limitadas com apenas 20L das duas receitas serão servidas a partir das 13h até o final do limitado estoque. Preparadas com malte claro e fermentos de ALE, a primeira tem características mais frutadas, se aproximando das belgas e a outra é mais dourada, semelhante às inglesas. Esta última ganha ainda mais um toque especial: passa pelo processo de dry hopping, no qual lúpulo em flor é adicionado durante o processo de maturação, acrescendo à receita aromas frescos.

No cardápio, criado pelo chef Alexandre Cymes, destacam-se grelhados, massas e sanduíches, ótimas pedidas para quem almoça na região de Pinheiros e arredores. Servido até às 17h, o almoço-executivo tem bom custo-benefício e começa com um variado couvert servido gratuitamente – assim como a água filtrada –, composto por pães, legumes grelhados, vinagrete, patê de gorgonzola e azeitonas temperadas. Para começar a refeição, boas sugestões de salada são a Tapajós (grande, R$ 21, pequena, R$17), que leva cevadinha com quinoa, cubinhos de linguiça, cebola roxa e mini rúcula e a Guarani (grande, R$ 19, pequena, R$15), preparada com folhas verdes, vegetais na brasa e queijo de cabra ao vinagrete de limão defumado. Dentre os grelhados, há opções como o Entrecote (R$32), a Fraldinha (R$32) e o Salmão (R$34), são acompanhados de salada e um acompanhamento à escolha, com opções como os Vegetais do chefe e a Farofa da Nacional.

São boas pedidas ainda o Risoto de costelinha (R$29, foto acima, à esquerda), aromatizado com limão cravo e acompanhado por crisps de cebola, a Rabada com agrião e polenta (R$29) e o Filé a parmegiana com arroz e fritas (R$27). Há também sanduíches como o de Linguiça especial com derretido de queijo, acompanhado de molho vinagrete (R$24), o de Frango com cogumelos, acompanhado Aïoli (R$22), uma maionese com alho. Para os mais famintos, o Maracanã Burguer (R$24) é um generoso hambúrguer de fraldinha com queijo, bacon, picles, alface, tomate, cebola roxa e maionese da casa, todos servidos com batatas fritas. Para adoçar o almoço e terminar bem a refeição, são boas pedidas a Manga cremosa com sorvete de coco e crocantes de cajú (R$12), o Sorvete de creme com salada de frutas, baba de moça e farofa crocante (R$13) e o prato de Doces Nacionais (R$11), que apresenta doce de leite, cocada, doce de abóbora e doce de mamão. Todos os pratos tem sugestões de harmonização com uma das cinco variedades de chope artesanal fabricadas e servidas no endereço.

Para os que decidirem esticar o almoço até o happy hour a casa oferecerá, das 17h às 20h, double drinks de todas as bebidas do cardápio (exceto as doses). A promoção inclui drinks e todas as cervejas da casa - Y-îara Pilsen, Kurupira Ale (foto à direita), Sa´si Stout, Mula IPA e Domina Weiss, além das sazonais -, servidas em copos de chope (de R$6 a R$9), pint (de R$ 10 a 14) ou no sampler (R$16), degustação que traz copinhos de 160ml com todas as receitas do mestre-cervejeiro Luís Fabiani.

Sobre a Cervejaria Nacional:

A Cervejaria Nacional foi inaugurada em junho de 2011, mas sua história começa anos antes, em 2006, quando nasceu da sociedade entre o economista Luís Fabiani e do produtor gráfico Dudu Toledo,  entusiastas do universo cervejeiro. Antes atuando apenas como fornecedora de bares como o extinto Drake’s, a Cervejaria cresceu com a entrada do chef de cozinha Alexandre Cymes e de Marcus Ribas, da consultoria AyB, transformando-se em fábrica-bar. No térreo do ambiente de três pisos, ficam dispostos os enormes tanques de fermentação onde as cinco variedades de chopes artesanais servidas na casa - Y-îara Pilsen, Kurupira Ale, Sa´si Stout, Mula IPA e Domina Weiss  - são produzidas, assim como as receitas sazonais. No primeiro andar, o bar, com paredes de tijolo aparente decoradas com lambe-lambes, revela uma vista privilegiada para a produção e abriga as torneiras de chope artesanal entre os sacos de malte. No piso superior, o restaurante desperta o apetite e dá vistas para a rua através de um grande vidro.

Serviço:

Cervejaria Nacional

Endereço: Rua Pedroso de Morais, 604, Pinheiros

Telefone: 11 4305-9368

Telefone para reservas: 11 3628-5000

Site: http://www.cervejarianacional.com.br/

Horário de funcionamento: 2ª a 5ª das 12h00 às 24h; 6ª e Sábado das 12h00 à 01h30; Domingo das 12h00 às 23h00.

Mais informações:

Telefone: 3082-5553

Com Lucas Terribili (lucas@anexocom.com.br / 8202-5179)

Patricia Moll Novaes (patricia@anexocom.com.br / 11 7211-9790)

Ou Mauro Hossepian (mauro@anexocom.com.br / 11 7028-2161)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Germinação da semente de Cevada

grande cervejeiro - tudo sobre cervejas, nacionais e importadas

Este é o esquema da semente de cevada (Hordeum jubatum)
Como qualquer semente típica, tem três partes fundamentais:
- O tegumento;
- A área de armazenamento (neste caso o endosperma);
- O embrião dormente.
O tegumento nesse exemplo é, na verdade, um revestimento do fruto. Em todos os grãos de cereal, o tegumento (antigo integumento do óvulo) está fundido à parede do ovário (a verdadeira parede do fruto). Assim, na verdade, o grão é, tecnicamente, um fruto (cariopse). Embora nós frequentemente o chamemos de semente.
A cevada é usada primariamente na fabricação de cerveja. Nós Cervejeiros caseiros a usamos como fonte de açúcar para convertê-lo em álcool na fermentação. O estudo da semente mostrou que o tegumento da semente/fruto é resistente à água e, assim, reduz a taxa de sua absorção. Essa absorção de água é essencial à germinação das sementes, aumentando a produção de açúcar.
O conteúdo de açúcar de uma semente seca de cevada é bastante baixo, mas o endosperma mantém uma reserva enorme de amido.
O embrião da cevada tem três partes:
- O cotilédone;
- O epicótilo (que origina o broto);
- A radícula (que se origina a raiz).
A germinação de sementes ocorre quando o crescimento da radícula rompe o tegumento da semente e aparece como uma raiz jovem. A energia para a germinação da semente provavelmente vem da respiração do açúcar do endosperma. Contudo, o embrião e o amido estão separados um do outro.
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O endosperma das sementes tem duas partes. O maior volume consiste na área de armazenamento de amido. A camada que a cobre é a camada de aleurona, a qual é constituída de células que armazenam proteínas em abundância.
Você provavelmente conhece isto no caso do arroz. Os grãos de arroz são tratados antes que nós os compremos para cozinhar. O tegumento é retirado e descartado pois tem baixo valor alimentício. O embrião sai e é chamado "germe". No trigo, os embriões são vendidos como germe de trigo. O processo de moagem deixa o endosperma do arroz circundado por aleurona. Este é vendido como arroz integral e tem valor alimentício em amido e proteína. Se o endosperma é polido antes de ser vendido, a aleurona pode ser removida. O polimento resulta no arroz branco que apenas tem qualidade alimentar no amido. Assim, o arroz branco, mesmo considerado mais "fino" do que o integral, é um alimento de qualidade inferior.
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Agora prosseguimos com o que os fisiologistas encontraram:
O primeiro passo na germinação da semente de cevada é a embebição. Neste processo, a água atravessa o tegumento e começa a amaciar os tecidos internos duros. A entrada de água causa o inchamento dos grão. O tegumento da semente/fruto geralmente se parte, permitindo uma entrada ainda mais rápida de água, ativando o metabolismo do embrião dormente.
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A água entrando na semente e no embrião, dissolve uma substância produzida no interior do embrião. Esta substância é conhecida como ácido giberélico(GA). Este é um hormônio vegetal não muito diferente dos esteróides.
O GA dissolvido é transportado com a água pelo restante dos tecidos da semente, até chegar à camada de aleurona.
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O ácido giberélico que é transportado pela água chega à camada de aleurona
O GA entra no citoplasma dessas células, "ativando" certos genes do DNA nuclear. O DNA é, naturalmente, a molécula hereditária e contém as instruções para fazer todas as proteínas necessárias para a sobrevivência da planta de cevada. O mecanismo preciso sobre como o GA "ativa" o DNA é ainda desconhecido. É claro, contudo, que o modo de ação é ligar apenas alguns genes específicos do DNA.
Os genes que são "ligados" são transcritos. A informação arquivada em DNA é preciosa, de modo que as células de aleurona fazem uma cópia "descartável" em RNA do gene que está ligado. Está cópia, como um tipo de projeto, é chamada de RNA mensageiro. O processo de fazer esta cópia é chamado transcrição.
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O RNA que foi feito no processo de transcrição é transportado até o citoplasma das células de aleurona.
No citoplasma, o RNA mensageiro se junta ao ribossomo para começar o processo de produção de uma proteína. Este processo é denominado síntese proteica ou tradução. Neste processo o ribossomo examina a informação mantida na sequência de bases do RNA.
RNAs transportadores carregados com amino-ácidos específicos são colocados na posição especificadas nas instruções do RNA mensageiro e os aminoácidos são agrupados na sequência certa pelo ribossomo. A sequência de aminoácidos determina as propriedades da proteína que está sendo montada.
Neste caso, a proteína crítica feita com a informação mantida no RNA é a amilase. Esta proteína resulta em uma enzima de grande importância.
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Uma pergunta que se pode fazer é: de onde vêm os aminoácidos para a síntese da amilase?
A resposta é: eles provêm de um metabolismo existente nas células de aleurona, o qual hidroliza as proteínas armazenadas nestas células. A hidrólise é acelerada por enzimas conhecidas como proteases. Estas enzimas aumentam a taxa na qual a proteína armazenada é cortada em aminoácidos individuais.
Os aminoácidos liberados pela hidrólise estão agora livres para serem reunidos na estrutura da amilase pelos ribossomos.
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Então temos nossa amilase produzida, e daí?
É agora que a recompensa começa a vir!
A amilase é secretada (transportada para fora das) células de aleurona, para dentro do endosperma.
A amilase não é apenas uma proteína, ela é uma enzima. Cataliza (acelera) uma reação química particular. Especificamente, a amilase acelera a hidrólise do amido em suas unidades componentes de açúcar.
Viva!! Agora todos sabemos como o açúcar é feito em uma semente. Também podemos dizer aos confrades como aumentar a produção de açúcar.
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Muito bem. Então, ajudamos todos os cervejeiros a entender o processo da malteação da cevada, que é a secagem da cevada umidecida interrompendo o processo de germinação através do calor. Finalmente o passo final é a torrefação, onde teremos a diferenciação dos tipos de malte por sua coloração, de acordo com o tempo de exposição ao calor, dai temos cervejas com cores, corpo e aromas diferentes devido a torrefação.


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Fonte:  Profa. Helenice Mercier

quinta-feira, 9 de junho de 2011

1° Curso Homebrewer em Sorocaba...


É isso aí pessoal! Mais uma novidade para quem é de Sorocaba e região, o 1º Curso de Cerveja Caseira ministrado pela Confraria Sorocaba. O curso é voltado para os iniciantes que pretendem se iniciar no mundo das cervejas especiais e produzir suas próprias cervejas em casa!

Não percam essa oportunidade! As vagas são limitadíssimas!
Abraço a todos.

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quinta-feira, 7 de abril de 2011

CARTA COM ATÉ 180 ROTULOS PARA APRECIAR

grande cervejeiro - tudo sobre cervejas, nacionais e importadas

Três estabelecimentos especializados em Cervejas Especiais que freqüento, esta é uma indicação do Grande Cervejeiro para quem procura cervejas especiais e artesanais com um excelente preço de mercado e uma carta de até 180 rótulos !!!! Vale muito à pena conferir.
  
"O Cervejario Beer Store tem a proposta de ser um local diferenciado e dedicado especificamente para as cervejas especiais. O estabelecimento foi inaugurado no dia 07 de outubro, no Mercadão Campolim – Sorocaba, e conta com mais de 180 rótulos de diferentes entrerótulos.."

"O Villa Bamboo é um bar especializado em cervejas nacionais e importadas, comidas de boteco. A casa tem o objetivo de proporcionar aos seus clientes e frequentadores um bom atendimento e produtos de qualidade."

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"Butéco aconchegante no centro de Campinas dentro do Mercado Campineiro, um dos estabelecimentos mais velhos em campinas a apresentar uma variada carta de cervejas especiais, venha também apreciar pratos harmonizados com cervejas, tudo isso dirigido pelo Chef de cozinha Mauricio Assis, participe também do happy hour !!!! "

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Acompanhem como é tratada a Cultura Cervejeira do Brasil pelo Ministério da Agricultura (MAPA)

"A MicroCervejaria Colorado de Ribeirão Preto (SP) vem sendo ao longo de receitas majestosas humilhada e tratada como produtores insignificantes de cerveja.
Veja a indignação justa do proprietário da Premiada MicroCervejaria Colorado
Marcelo Carneiro da Rocha no texto que se segue"


Tenho que expor ao nosso país que alguns setores do MAPA são escandalosa e ostensivamente perseguidores da pequena indústria cervejeira nacional. Vivemos numa situação de evidente oligopólio, com uma meia-dúzia de grandes cervejarias dominando 99% do mercado e o andar de baixo com cerca de uma centena de microcervejarias desunidas que não têm advogados caros, lobby em Brasília ou poder econômico, sendo massacradas.

Vou narrar minha ultima passagem pelo MAPA. Tinha planos de ir à capital paulista para saber noticias do processo da Vintage Black Rapadura, já que havia, se me lembro bem, seis meses que não conseguia nenhuma informação consistente. Na noite anterior, comentei com um cliente o que ia fazer. Este, como a maioria dos ribeirão-pretanos, era muito simpático à cervejaria e me disse que conhecia o secretário do MAPA paulista e, nessa condição, se comprometeu a ir comigo.

Lá chegando, o secretário foi cortês e educado como se deve ser. Ligou para o departamento competente e pediu informações sobre o processo. Alguns minutos de conversa cordial e toca o telefone pedindo que eu descesse para falar no andar de baixo. Fui recebido por um funcionário publico irado, perguntando “quem era eu para reclamar com o secretário?”, fez questão de dizer que era concursado e que eu não conseguiria tomar seu emprego — como se eu quisesse algo assim!

Dias depois apareceu por aqui um documento do órgão no qual diziam que estavam vetando o nome Rapadura, alegando que eu queria “lesar o país como fizeram os japoneses quando registraram o nome cupuaçu”. Justo nós, de uma microcervejaria de vinte e poucos funcionários, intentávamos tirar vantagem da poderosa indústria açucareira brasileira e dos pobres cortadores de cana do Nordeste!!! O motivo pelo qual existem produtos chamados Fanta Uva, Fanta Laranja e quetais não foi explicado.
O conformismo

Diante disso, tirei o Rapadura do nome e ficou apenas Vintage Black, Mais meses se passaram, e foi quando o Alexandre (Bazzo) da (microcervejaria) Bamberg me disse que já havia tentado o mesmo nome Vintage, o qual foi rechaçado porque poderia induzir o consumidor a confundir vinho com cerveja… O argumento de que existiam no mercado ao menos duas cervejas estrangeiras com o Vintage no nome não impressionou ninguém.

Concluindo, para chegar ao fim desta odisseia, resolvi chamar a mesma cerveja de Ithaca, na certeza de que o burocrata não saberia quem foi Ulisses nem Homero. O nome foi aprovado em tempo recorde e se livraram momentaneamente deste cidadão chato. Desde então, não piso mais lá – tenho medo de ser mal-interpretado. Tenho um processo novo por lá, de uma nova cerveja, a Double Indica, e sabe-se lá quando será liberado.

Mel e chocolate na cerveja

Gostaria de esclarecer que o registro da minha Colorado Appia (cerveja artesanal que contém mel de abelhas em sua fórmula) existe, mas em situação precária, embora haja uma absurda proibição de se usar componentes de origem animal em cervejas. Há um processo correndo no MAPA onde a Colorado, aliada à Cobracem (Associação Brasileira dos Profissionais de Cerveja e Malte), tenta justificar o uso do mel. Está em trâmite há anos, e não me surpreenderia se, depois deste meu artigo, suspendessem o registro desta cerveja que é uma das minhas campeãs de venda. Em tempo: O mel, assim como o chocolate, é largamente usado em cervejas na Inglaterra, Estados Unidos e até nos nossos vizinhos Argentina e Chile.

Uma pergunta que não para de berrar: Por que, nas grandes cervejarias e vinícolas nacionais, usa-se larga e livremente, como clarificante, o componente chamado isinglass, o qual é feito a partir da bexiga natatória de certos peixes? Ora, peixe não é animal? Também conheço um pouco de vinho e sei que, além do isinglass, vinícolas de primeira linha utilizam albumina de ovo, gelatina animal, quitina extraída de insetos e crustáceos, entre outros ingredientes de origem animal para clarificar sua bebida. Isso pode? O MAPA pode atestar com exatidão que não existam vestígios destas substâncias nestas bebidas? Vão abrir alguma garrafa de Mouton Rothschild para comprovar?

Vamos à luta?

Esse é um estado de coisas altamente injusto. Se não existe associação que nos traga resultados palpáveis, vamos usar a internet! Ela elegeu o Obama e está constantemente revelando outras tiranias piores que as que sofremos. Se quisermos, poderemos! Jorge Luis Borges, meu escritor preferido, uma vez disse que “só há uma coisa da qual ninguém jamais se arrepende, e esta coisa é haver sido valente”. Os ingleses por sua vez afirmam “the pen is mightier than the sword” (a pena é mais poderosa que a espada)

Podemos nós, mesmo pequenos, pensar que o teclado é mais poderoso que o tacape. Chega de sermos retratados nos corredores de Brasília por concorrentes engravatados como imbecis ou sonegadores.Vamos mostrar às pessoas de bem que existe algo chamado cultura cervejeira, que somos cidadãos inteligentes, que o dinheiro sozinho não tem ideias. Enfim, que não merecemos este estado de coisas.

" Por favor amigos cervejeiros, indignem-se! Contem suas mazelas, twittem ,retwittem, blogueiem, publiquem! A luz do sol é o melhor desinfetante"

Site do Ministério da Agricultura 

Postado por Ricardo Oliveira de Matos.
Texto de Marcelo Carneiro da Rocha, da Cervejaria Colorado.
 
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