quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Hoje vou descrever um sonho que realizei esta semana !!!!! ARREBENTOU

Após realizar dois cursos sobre produção de cerveja caseira fiquei com a sensação de que faltava alguma coisa, e pesquisando na net observei que havia um mundo de dúvidas sobre a arte cervejeira.

Até que conheci, por acaso, dois individuos que revelaram o verdadeiro mundo cervejeiro passo a passo, com dicas que ninguém entrega de bandeija. Bom, tudo começou quando encontrei o blog BREJA DO BREDA repleto de literatura de fácil entendimento; até aí tudo bem, o legal foi que no Hospital onde trabalho, Fernando um amigo meu, disse que conhecia o elaborador do blog, e que era seu amigo de infância, então nós começamos a manter contato por e-mail e retirar dúvidas sobre cervejas, o Fernando se interessou também e acabou entrando de cabeça nesta empreitada como meu sócio. Mas chega de lero lero, as duas pessoas que realmente fizeram a diferença e mostraram que cervejas especiais são possíveis de serem feitas em casa sem muita dor de cabeça e com uma qualidade de dar inveja são:  Marcelo Henrique Breda e seu sócio Rivaldo (RIVA).
Esses sim, depois de também bater muito a cabeça na parede atrás de informações hoje fazem no mínimo por brassagem 100 litros do precioso néctar. É DE ARREBENTAR O PAU DA VIOLA!!!!!
Fui convidado a acompanhar uma brassagem dos mestres, onde fiquei maluco, podendo apreciar todo o processo, desde a moagem do malte até a pasteurização de garrafas enriquecidas com o líquido dos deuses.
Abaixo uma breve descrição do que presenciei e fiz:

•    Processo completo da brassagem;
•    Dicas de temperatura e rampas pra melhor eficiência do mosto final;
•    Aferição e controle de densidade com direito a aula sobre possíveis erros e correção;
•    Recirculação do mosto;
•    Transferência para panela de fervura onde é feita a lupulagem de amargor e aroma com dicas essenciais para produção;
•    Whirlpool e separação do trub quente;
•    Resfriamento e transferência para o fermentador, com dicas de como não contaminar sua breja;
•    Fermentação processo completo;
•    Maturação dicas importantes;
•    Engarrafamento e priming;
•    Pasteurização.

Mas não se enganem porque por trás disso tem muito mais dicas e macetes que ninguém te conta, e os caras dão uma aula de dar inveja, pura sabedoria!!!  Não é para menos, no dia da brassagem fizemos 100 litros de Hefeweizen sem dificuldades, acertando os parâmetros da receita de primeira. Isso quer dizer que sou pé quente?  rsrrsrrsr...brincadeira os caras dominam tudo.
Depois de transferir a cerveja para o  fermentador começamos a fazer o priming com açúcar invertido para  a fermentação secundária nas garrafas de stout que já estavam em final de maturação, realizamos também a pasteurização de outras garrafas de stout que já estavam em processo de maturação avançado e finalizamos com a higienização do equipamento.
Foi um dia inesquecível com direito a fotos, filmagem e degustações durante o evento, onde apreciamos dois estilos de cervejas criadas pelos nossos amigos: Foreign Stout e Irish Red Ale.
Vejam as fotos das brejas abaixo, é de dar água na boca.
grande cervejeiro - tudo sobre cervejas, nacionais e importadas

 Da uma olhada nesta Stout não esta parecida com uma outra cerveja comercial ? Preste atenção no creme e na carbonatação fazendo esta linda imagem parecer uma pintura. Bom se ja associou com a outra breja deve ter notado a semelhança, mas esta Stout não é uma Lager e nem é nitrogenada como a comercial , e muito menos segue o mesmo estilo, somente são parecidas pois como já degustei as duas é incontestavél a superioridade desta Stout tendo um complexidade impar, creme denso e super persistente de cor chocolate liberando todo o aroma herbáceo nubreante da erva. Paladar com notas de café, toffe e chocolate tudo muito bem equilibrado com um amargor suave no retrogosto tornando esta breja deliciosa com exelente drinkability...QUERO MUITAS NA MINHA GELADEIRA !!!

Tem mais!!!! Meu sócio e eu tomamos coragem e compramos o kit B&R que os nossos amigos Breda e Riva estão montando. O kit tem capacidade mínima para 100 litros de breja por brassagem, será um grande desafio para nós.
E os mestres nos deram ainda uma Hands-on com Brassagem, Fermentação, Engarrafamento e Pasteurização, ou seja, na nossa primeira brassagem eles vão dar acessoria total; quer mais que isto?. Agora é só começar a fazer nossa breja, que alias já tem até nome, mas isso será uma nova história.

Link pra ver todas as fotos abaixo:

PROSIT !!!!!!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ahh, as belgas... 3° Passo do Breda

...várias das melhores cervejas que já degustei vieram de lá. Tudo começara com uma despretensiosa festa de final de ano da empresa onde reuníamos grandes e velhos amigos para comemorar cada ano que se findava, bons tempos aqueles, onde o trabalho era salpicado de "happy hours" e conversas sobre amenidades. Mas foi lá, no Drake's Bar (aqui em São Paulo) que uma noite, enquanto eu e o Fabião "cabelo" esperávamos os atrasados presos no maravilhoso trânsito da capital, que resolvi arriscar e pedir uma cerveja diferente, garrafa de 750ml, rolhada, com um rótulo sóbrio e uma descrição apetitosa, naquele momento nem imaginava que estava prestes a conhecer uma de minhas paixões primeiras, uma La Trappe Tripel, servida em uma taça majestosa que nos faz pensar como deve ter sido viver em tempos medievais...puro devaneio... chegarei nessa obra de arte em breve, retomemos pois nossa estrada.
Para os mais perseverantes, PARABÉNS por terem chegado até aqui e espero que continuem a viagem, este passo os fará mais fortes e motivados a não desistir, pois estaremos agora experimentando sabores, aromas e conhecendo processos ímpares, pois as belgas assim o são, diferentes, especiais e deliciosas.

Relembro a postagem que fiz lá nos idos de 2009 no início do Blog (Começa o Beer Tour e O Paraíso), tive a oportunidade e o imenso prazer de estar na Bélgica onde me deliciei com o Beer Weekend Paradise e visitei cervejarias como a Cantillon, Delirium Café e A La Mort Subite; estive também na Holanda, neste visitei a Trapista Koningshoeven Abbey em Berkel-Enschot nos arredores de Eindhoven onde são produzidas as famosas cervejas La Trappe, alerto que a visita vale cada centavo (de euro é claro!).

Comecemos então pelos estilos Belgas:

Trapistas: Há somente sete mosteiros trapistas produzindo cerveja pelo mundo, como poderão verificar seis deles estão na Bélgica e um está, como citei, na Holanda. Teoricamente, considera-se Trapista somente as cervejas produzida no interior de algum mosteiro ou abadia trapista, ou seja, é um sacrilégio considerar que uma cerveja produzida em outro local seja chamada de trapista ou que siga um estilo trapista, há inclusive um movimento da União Belga dos Fabricantes de Cerveja e do Clube de Cerveja Belga no sentido de combater essa que, segundo eles, é uma utilização imprópria da nomenclatura e prejudica a boa reputação das cervejas belgas. (ver pequena matéria no site da Cervesia). Os estilos mais conhecidos são: Blond, Dubbel, Tripel, Quadrupel. A razão de possuírem tais nomes não é muito conhecida, porém há uma teoria que remete à utilização de marcas feitas pelos monges nos barris de cerveja de forma a diferenciá-los por sua quantidade de álcool, assim teríamos a  letra "X" como marca, ou seja, X seria a mais fraca, XX seria a média e XXX a mais forte, além disso, segundo o pesquisador Michael Jackson - não, não é o cantor (http://www.beerhunter.com/) as marcas seriam respectivamente correspondentes a 3, 6 e 9% ABV. Para ser quadrupel a cerveja deve ter mais de 10% ABV.
Sugiro, pela ordem, as La Trappe blond, dubbel, tripel e quadrupel. Tem a Monasterium da Falke também.

Lambics: São cervejas muito diferenciadas produzidas na Bélgica (Bruxelas e no sudeste do país) e possuem fermentação espontânea, ou seja, não se adiciona a levedura no processo, os tanques são abertos e leveduras selvagens existentes no ambiente da cervejaria se encarregam de trabalhar. Há vasta literatura sobre o assunto, por isso vamos aos tipos de Lambic: Lambic Pura, Gueuze (um blend de duas lambics - uma jovem e uma envelhecida), Mars (com 2% de álcool não é mais produzida), Faro (mistura de uma lambic com uma cerveja mais fraca e adicionada de caramelo), Kriek (lambic refermentada com cerejas), Fruit lambics (com extrato de framboesa, pêssego, cassis, morangos e modernamente com banana, coco, abacaxi, limão e outras frutas silvestres). 
Gosto muito da Mystic, da Kriek Boon e da Kriek Maxx. Como experiência sugiro degustar uma geuze mas com cuidado para não assustar, pois é um estilo muito peculiar, diria até que um pouco difícil de beber, mas vale o conhecimento, as cantillon são muito famosas em Bruxelas mas não são encontradas com facilidade no Brasil.

Abbey Beer: O termo é aplicado às strong ales produzidas de uma forma similar às trapistas, porém que não foram produzidas dentro de um dos sete mosteiros trapistas do mundo (Orval, Chimay, Rochefort, Westvleteren, Westmalle, Achel e La Trappe) exemplos desse estilo são a Leffe e a Duvel provenientes de mosteiros beneditinos.
Podemos experimentar com facilidade as Leffe (Blond, Brunette, Radieuse e se tiverem a sorte de encontrar, degustem a Vieille Cuvée - com 8,4% ABV - maravilhosa)

Golden Ale: Cervejas frutadas e muito aromáticas foram criadas segundo consta para competir com as Pilsener lagers, porém utilizando maltes diferenciados e um mix de lúpulos tchecos, eslovenos e alemães. Podem ter teor alcoólico variando dos 4,5% aos 8,5% e são de alta fermentação.
Que tal uma nacional? Experimentem a Golden da Baden Baden e a Strong Golden Ale da Eisenbahn (show!).
Deus: ahh, a caríssima Deus Les Brut de Flanders, infelizmente cara no Brasil (em média R$ 180,00 a garrafa), pois na Europa você a encontra por € 12,00. Segue o processo de fermentação secundária como os champagnes franceses, a cerveja depois de engarrafada recebe uma nova dose de fermento e de açúcar e refermenta ficando de ponta-cabeça e sendo girada de 1/8 de volta duas vezes ao dia por 20 dias em caves subterrâneas, depois tem o resíduo da fermentação que se acumulou no gargalo retirado a uma temperatura muito baixa para não vazar além da conta e finalmente recebe sua rolha, bom, essa é a lenda. Vale a pena experimentar, mas 99% das pessoas dizem: "Mas nem parece cerveja!" ... admito, não mesmo... mas é ótima. Há a brasileira Lust também, mais acessível, provem.

Esses são os principais estilos belgas e tenho a certeza de que vocês terão uma grande e bem variada lista para degustar até a próxima postagem.

Aqui coloco um link bem interessante onde estão catalogadas todas as cervejarias belgas e suas cervejas além de uma lista de Pubs, Beer Shops entre outras coisas. Acesse BBB - Belgian Breweries and their Beers.

Prosit!!!


Fonte:  "www.brejadobreda.blogspot.com" 

Webmaster Ricardo Oliveira de Matos
 
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